Fonte: G1
07/07/2013 – Produtores de arroz em Igreja Nova, Região do Baixo São Francisco em Alagoas, estão enfrentando dificuldades na produção de arroz. Eles dizem que já passaram por dificuldades como pragas e também alta umidade, mas que um dos pontos que mais têm atrapalhado a produção atualmente é a falta de infraestrutura e planejamento.

Em 2012, apesar da seca, houve aumento na produção de 11% em relação a 2012, mas o momento é de incerteza e o futuro é visto por eles com certa desconfiança. Segundo os produtores, as bombas dos rios que irrigam a plantação são precárias, impossibilitando a produção de duas safras por ano, já que o arroz é uma cultura que necessita de um grande volume de água para se desenvolver.

O rizicultor Ione Feitosa investiu em uma bomba para puxar a água que vem direto do rio. Ele fez isso para irrigar o lote de quatro hectares e, dessa forma, conseguir uma segunda safra de arroz neste ano. “Quando a gente tira só uma safra por ano, a gente não consegue dar a manutenção da nossa família, o estudo, o remédio, enfim, aquilo que uma família necessita para a sobrevivência”, diz.

O lote de seu Feitosa está servindo como unidade piloto para um sistema de combate às pragas, denominado Clean Fild, que, em português, significa Campo Limpo. O sistema foi implantado pelos técnicos de uma empresa contratada para auxiliar os produtores sobre como cuidar dos campos.

Apesar do apoio de técnicos agricultores, os rizicultores dizem que isto não é o suficiente. Os outros lotes nem sequer começaram a tratar o solo. “O atraso se deve à falta de um calendário agrícola que se refere às previsões climáticas”, explica o produtor de arroz Carlos Lacerda.

Um outro problema pontuado pelos produtores é a quantidade de sementes distribuídas pelo poder público. O rizicultor Fernando Menezes diz que elas não estão sendo suficientes. “Para plantar em nossos terrenos, precisamos em média de 80kg a 120kg de sementes, mas eles só nos entregam 50kg. Temos que comprar arroz fora para conseguir plantar o restante da área”.

Os rizicultores também reclamam que uma usina da região que deveria ajudar na produção não está funcionando. A empresa foi vendida pelo governo a uma outra do Rio Grande do Norte. Para os produtores, ela seria uma grande garantia de um bom negócio.

O gerente de produção da usina de beneficiamento, Bruno Dâmaso, diz que o maquinário está sendo recuperado para que volte a funcionar ainda este ano. “Estamos trabalhando na reativação das máquinas. O nosso programa é para finalizar em 90 dias e depois fazer o planejamento de recepção da safra”, diz.

Segundo o técnico agropecuário da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba em Alagoas (Codevasf), estão sendo destinados R$ 50 milhões para ajudar na produção em Alagoas. “Com o dinheiro, vamos investir em estradas, drenagens, estação de bombeamento. No momento, algumas ações já estão em andamento”, garante.

Todos esses assuntos foram discutidos no I Seminário sobre a Cultura de Arroz do Baixo São Francisco destinado a produtores da cidade de Igreja Nova. “A ideia é que os produtores passem a investir mais em tecnologia”, diz o engenheiro agrônomo, Beno Claudino.

Fonte:http://g1.globo.com/al/alagoas/noticia/2013/07/produtores-se-queixam-da-falta-de-estrutura-na-cultura-do-arroz-em-al.html