Fonte: MidiaNews
11/04/2011 –
A área plantada também diminuirá (-9,04%), mas a produtividade média aumentará 2,56% em relação à safra 2009/10 e os preços continuarão atrativos. “Produtividade e preços são dois termômetros da produção. Por isso esperamos que a commoditie melhore seu desempenho nas próximas safras”, afirma o analista de mercado Marcelo Nogueira.

Ele conta que os baixos preços pagos aos produtores nas safras passadas, aliados às restrições impostas pelos órgãos ambientais, levaram muitos agricultores a abandonar a atividade e investir na soja. “Com a recuperação dos preços do arroz e a crise mundial de alimentos, a cultura passou a despertar novamente o interesse do produtor, que hoje está mais consciente e procura plantar usando a melhor tecnologia e as melhores variedades disponíveis. Além disso, o produtor está atento também ao mercado e sempre buscando informações atualizadas”.

Mato Grosso já foi o segundo maior produtor brasileiro de arroz, chegando a produzir mais de 2 milhões de toneladas na safra 2004/05. Hoje, está em terceiro lugar, ficando atrás do Rio Grande do Sul e Santa Catarina.

Segundo Marcelo Nogueira, a produção registrou queda nos últimos anos devido à “indisponibilidade” de área para abertura de novas lavouras. “Mas a cultura do arroz está migrando para terras velhas, tanto que atualmente 70% das lavouras de arroz são plantadas nessas áreas, normalmente no período de outubro a dezembro”.

Com o novo sistema de produção, fazendo a rotatividade com a soja e a descoberta de novas cultivares, a atividade tende a ser retomada de uma forma mais rápida nos próximos anos. Colhendo a soja até o dia 20 de janeiro, o produtor pode plantar o arroz superprecoce, de 80 dias, encerrando o ciclo com o sistema de rotação de cultura.

Pastagens

O arroz está sendo visto também como uma saída para o problema das pastagens degradadas que precisam ser recuperadas. Mato Grosso conta com uma área de 2,2 milhões de hectares de pasto morto. “Temos possibilidade de renovação de pasto, plantando arroz safrinha, pós-soja, ou mesmo em áreas afetadas por doenças da soja, como o nematóide do cisto. Depois de eliminado este problema, a área volta a ficar apta ao plantio da soja. Temos muitas alternativas para retomar a produção e iniciar um novo ciclo do arroz em Mato Grosso”, frisa o analista.

Ele lembra que o arroz é uma cultura de baixo risco e custos relativamente reduzidos em relação a outras culturas, como milho, soja e algodão. “Basicamente, o produtor só precisa de crédito para aquisição de máquinas para renovar e recuperar áreas. Somos a maior região produtora de arroz de sequeiro do mundo e dominamos a tecnologia com ótima qualidade do grão. Só faltam ferramentas de crédito para dar suporte à comercialização”.

Atualmente, além de abastecer o Estado, o arroz mato-grossense é comercializado e consumido em Goiás, Pará, Tocantins,Maranhão, Piauí e Ceará.

Colheita

A colheita de arroz em Mato Grosso começou há cerca de 20 dias e ainda levará mais duas semanas para ser concluída. “A chuva ajudou no enchimento dos grãos e o clima continua favorável à colheita”, diz o agrônomo Mairson Santana. Ele informou que toda a região de Sinop, incluindo os municípios vizinhos – como Cláudia, Vera, Tabaporã, Sorriso, Lucas do Rio Verde e Nova Mutum – que entrega o arroz nos armazéns de Sinop plantou este ano pouco mais de 60 mil hectares. “Vamos ter queda, mas acredito que no próximo ano a área será recuperada”.