Fonte: Cenário MT

16/06/2015 – O fenômeno climático, provocado pelo aquecimento das águas do pacífico, pode se prolongar até o verão, de acordo com estimativas. Se por um lado, para algumas culturas o efeito pode ser benéfico, o excesso de chuvas prejudica a semeadura do arroz, reduzindo a produtividade e aumentando ainda mais os custos de produção, que atualmente estão desestimulando produtores a seguir na atividade. 

 

Conforme o presidente da Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz), Henrique Dornelles, o fato faz com que os arrozeiros gaúchos vivam um contra-senso em relação aos prognósticos. “Teremos barragens em boas condições mas, se confirmar a tendência, pode nos trazer fortes perdas no plantio, pelo não cumprimento do período ideal da semeadura e, posteriormente, com danos às lavouras”, destaca. 
 
Segundo Dornelles, isso é ainda mais evidente na próxima safra, pela forte queda nos preços do grão, que vem comprometendo a renda e capital de giro dos produtores, dificultando a antecipação do preparo de solo e emprego de tecnologia, que nos últimos anos foi determinante para a manutenção da produtividade. 
 
O presidente da Federarroz salienta também que o efeito é mundial e vai trazer reflexos no mercado global. Se no Sul do Brasil ocorrem chuvas intensas, em outras regiões produtoras vai trazer períodos de seca. “O El Niño significa chuvas acima da média no Rio Grande do Sul, seca em determinadas regiões e baixo volume das monções nos principais países produtores como China e Índia”. 
 
O dirigente acrescenta que há rumores, que como prevenção à possível diminuição da produção, a Índia poderia proibir exportações para garantir a segurança alimentar do país.