Fonte: AgroNotícias
19/07/2010 – Confirmando aquilo que já havia sido exposto por nossos analistas na semana que passou, o mercado gaúcho de arroz em casca manteve mais uma semana firme e de alta nas cotações referenciais. Isso, contudo, não representou um aumento significativo no volume de operações de compra e venda no cenário conjuntural. Houve poucos negócios em maior volume, principalmente com empresas de fora do Rio Grande do Sul buscando matéria prima e com as pequenas e médias indústrias forçadas a negociar produto que já está a depósito ou buscar produto para atender suas demandas.

Este comportamento reflete o alívio da pressão de venda promovido pela prorrogação dos financiamentos de custeio, volta das indústrias às compras e o anúncio de aquisições (AGFs) de arroz pelo governo. E também o aumento das exportações e redução das importações verificadas em junho geram efeito psicológico positivo ao mercado interno. Há uma tendência da indústria, comprando mais cara a matéria-prima, buscar repassar o valor para o fardo e reduzir as chamadas “concessões” ao varejo.

Refletindo esses fatores, o indicador Cepea-BVMF acumulou recuperação de 1,07% em juho, até a última sexta-feira (16/7). A saca de 50 quilos do arroz gaúcho (58×10) alcançou cotação de R$ 26,91 nesta sexta-feira (16/7). Em dólar, a cotação da saca de arroz no Rio Grande do Sul fechou em US$ 15,10. A média de preços, em reais, da semana passada ficou em R$ 26,85, alta de 0,64%.

Durante a semana as novidades foram: o anúncio de que deputados da Comissão da Agricultura da Assembléia Legislativa gaúcha querem uma CPI para investigar prejuízos aos produtores e outras questões inerentes à crise de comercialização da cadeia produtiva do arroz e duas reuniões da cadeia produtiva, uma em Porto Alegre e outra em Brasília. Na Capital Federal, a Câmara Setorial do Arroz prevê o lançamento de um planejamento estratégico para os próximos cinco anos. Uma reunião na semana que passou, no Rio Grande do Sul, colocou indústria e produção frente à frente para discutir a questão da renda, margens de comercialização e a tabela de comercialização criada pelo setor industrial, principalmente em Pelotas e Camaquã. Não houve avanços.

O setor de produção se reuniu na sexta-feira, na Farsul, para preparar um plano de ação de protestos contra a ausência dos mecanismos de comercialização do governo federal, principalmente os leilões de contratos de opção. Também foi divulgada a vitória dos arrozeiros na Justiça Federal em ação que obriga o governo federal a proceder exames laboratoriais para resíduos químicos nas cargas de arroz importado em todo o Brasil.

Mercado
Nesse início de segunda quinzena de julho, as cotações retornaram a patamares médios de R$ 26,50, de um mês atrás, para o arroz gaúcho. As variedades nobres (64×4) alcançam R$ 31,00 no Litoral Norte. Na Fronteira há bastante procura de empresas do Sudeste por matéria prima, pagando acima do mercado local, mas pedindo prazo, qualidade e fechando poucos negócios em razão da oferta bastante restrita. Enquanto essas indústrias ofertam de R$ 26,00 a R$ 26,50 pela saca, o produtor quer R$ 27,00 a vista. E não faz muita questão de vender nesses parâmetros. Santa Catarina manteve a semana com média de comercialização entre R$ 27,00 e R$ 28,00, dependendo da região, das características do produto e do tipo de operação e prazo. No Mato Grosso a referência de preços para Sinop e Sorriso fica entre R$ 29,00 e R$ 30,00 para o arroz em sacas de 60 quilos e com referência acima de 55% de inteiros (AN Cambará e BRS Primavera).

Preços
A Corretora Mercado de Porto Alegre manteve a indicação de preços médios de R$ 53,00 para a saca de arroz de 60 quilos (beneficiado). Para a saca de 50 quilos em casca, o preço indicado como média gaúcha é R$ 26,50. Entre os derivados, manteve-se a cotação do canjicão (60kg) em R$ 23,00 e foi registrado um aumento de R$ 2,00 na saca (60kg) da quirera, para R$ 19,00. A tonelada de farelo de arroz segue cotada a R$ 210,00.