Fonte: O Documento
07/05/2012 –
 O Projeto de desenvolvimento de tecnologia para a cadeia produtiva do arroz de terras altas em Mato Grosso, iniciado em 2010, já apresenta bons resultados com a difusão de novas cultivares de arroz, melhoria na qualidade dos grãos, produtividade, redução no custo de produção e agora desenvolve pesquisa com o objetivo de determinar o ponto ideal de colheita para a produção de grãos e sementes. A pesquisadora da Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (Empaer), Eliane Forte Daltro, pesquisa seis cultivares de arroz, no Campo Experimental da empresa, no município de Sinop (500 km ao Norte de Cuiabá), acompanhando o florescimento de cada cultivar para a programar as colheitas.

Num período de 23 dias, após a floração, foi realizada a primeira colheita do arroz, a segunda foi com 28 dias, e a terceira e última em 33 dias após a floração, respeitando-se a fisiologia de cada cultivar, o que proporcionou colheitas de materiais com 97 a 114 dias de ciclo. Segundo Daltro, as oscilações de temperatura acompanhadas de altos índices pluviais e flutuação de umidade relativa do ar, nas fases de maturação e pré-colheita, podem provocar perdas na qualidade física, fisiológica e na sanidade de grãos e sementes. “Com isso quero saber qual das colheitas vai proporcionar o material de melhor qualidade tanto para produção de grãos como para produção de sementes”, esclarece.

Ela explica, que apesar do alto rendimento de grãos da cultura do arroz em regiões tropicais, e mesmo com toda tecnologia disponível, a qualidade das sementes e dos grãos provenientes de algumas regiões tem sido comprometida em função de deterioração por umidade, acamamento, danos mecânicos e por lesões provocadas por pragas (insetos) e doenças (fungos, bactérias, etc.), pois esses potencializam, de forma irreversível, os sérios problemas da baixa qualidade física dos grãos e fisiológica das sementes.

Eliane ressalta que o potencial de conservação dos grãos e sementes depende diretamente da qualidade e período de armazenamento, sendo intimamente relacionada ao momento da colheita. A pesquisa avalia as seguintes cultivares: BRS Primavera, BRS Pepita, BRS Sertaneja, BRS Monarca, BRS Esmeralda (em lançamento) e a AN Cambará.

De acordo com Daltro, a semente encerra genes que expressam o potencial produtivo da cultivar, uma vez que a qualidade superior implica numa série de características economicamente desejáveis como, sanidade, adaptação às condições adversas de clima e solo, assim como maior capacidade de germinação. Dessa forma, todos os procedimentos que possam contribuir para a preservação da qualidade das sementes e da integridade dos grãos são benéficos, dentre eles a determinação do ponto de colheita. Antes da colheita foram avaliadas a população final (perfilhos/m), altura da planta (cm), ocorrência de acamamento, pragas e doenças.

Após a colheita serão realizadas avaliações para determinar a qualidade dos grãos como produtividade, rendimento, massa específica aparente, ou seja, grãos inteiros no padrão e normas para atender as indústrias, envelhecimento acelerado, tetrazólio, emergência em campo e comprimento de plântula. O trabalho de pesquisa é executado pela Empaer, com o apoio da Embrapa -Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Arroz e Feijão, e da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Campus de Sinop, pela professora, Solenir Ruffato. O chefe do Campo Experimental, Wanderley Araújo foi o responsável pela instalação e condução do campo de produção.

A cultivar de arroz Primavera foi a mais precoce, com ciclo de 97 dias na primeira colheita e a mais tardia foi a Monarca com ciclo de 114 dias na última colheita. “Na safra 2012/2013 repetiremos o experimento para confirmação dos resultados”, conclui Eliane.