Fonte: Canal Rural
18/02/2011 –
Ainda em fase experimental, um projeto está chamando a atenção de produtores de arroz na Fronteira Oeste do Rio Grande do Sul. Um sistema de controle de lâmina de água promete reduzir o uso de água e energia elétrica das lavouras. Os primeiros resultados, provenientes de 45 dias de pesquisas, mostraram redução de até 70% em algumas áreas.

Apresentada para produtores nesta semana em um dia de campo de uma empresa de consultoria agronômica em Uruguaiana, a pesquisa está sendo feita em uma área de lavoura dividida em quatro partes (medindo 10mx20m cada). Para todas as áreas, o processo de comunicação entre a lavoura e o sistema computadorizado de controle das bombas de água é o mesmo.

Responsável pela área agronômica do projeto, a professora da Universidade Federal do Pampa (Unipampa) Luciana Kopp explica que sensores ultrassônicos na lavoura identificam o nível de água em cada uma das partes e, via wireless, os dados são enviados para o sistema de controle, localizado em uma cabine ao lado da lavoura, que codifica as informações e adequa o volume de cada parte.

Os arrozeiros trabalham com uma lâmina de água de sete centímetros. Aqui, temos uma parte com sete, outra com uma média de três centímetros, outra que mantém apenas o solo úmido e uma quarta com o arroz banhado. Semana que vem, iremos comparar os grãos em laboratório, mas a olho nu a lavoura com o solo apenas úmido tem o grão tão bem formado quanto o da lavoura tradicional. Nesta comparação que verificamos 70% de economia”, acrescenta.

Luciana acrescenta que o projeto, que ainda deve se estender por 24 meses, somente na safra 2011/2012 fará comparativos de produtividade entre as lavouras.

Agrônomo do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga) em Uruguaiana, Gustavo Hernandes comenta que a pesquisa é promissora, mas alerta:

É preciso ter cuidados redobrados com plantas invasoras, mais propícias a aparecer nestas condições“, afirma.

O projeto é da AES SUL, com recursos do Programa de Eficiência Energética da Agencia Nacional de Energia Elétrica (R$ 250 mil), conduzido pela Unipampa.