Fuente: IG
06/07/2011 – O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) considera bastante positivo o fato de a indústria estar praticando, atualmente, compras de arroz no Rio Grande do Sul ao valor de R$ 23 por saca. Para o secretário de Política Agrícola do Mapa, José Carlos Vaz, esse novo patamar de preço comprova que as políticas públicas conseguiram dar sustentação ao setor.

Algumas semanas atrás, os valores de negociação do arroz caíram a R$ 18 por saca com a entrada da nova safra, bastante abaixo do preço mínimo, que é de R$ 25,80 por saca. “Eu diria que a recuperação dos preços está sendo bastante rápida“, avaliou Vaz.

Para evitar que o arroz fosse negociado muito abaixo do custo de produção, o governo colocou em ação uma série de instrumentos, como as operações de Aquisições do Governo Federal (AGF), que já negociaram 110 mil toneladas e devem movimentar mais 174 mil toneladas nos próximos 15 dias. Também foram promovidos leilões de Prêmio de Escoamento de Produto (PEP), nos quais foram arrematadas 870 mil toneladas e lançados contratos de opções públicas para outras 500 mil toneladas, entre outras medidas oficiais. Caso necessário, o governo está pronto para ampliar as operações com opções PEP e Prêmio Equalizador Pago ao Produtor (Pepro), com subvenções oficiais para garantir sustentação aos preços.

O Mapa também está realizando a fase final de estudos para direcionar a oferta excedente de arroz para a produção de ração animal, utilizando estoques de menor qualidade. Vaz destaca que essa alternativa representa uma estratégia pontual e não deverá ser utilizada com regularidade e que a cadeia produtiva do arroz passa por uma mudança “estrutural”. O Brasil deve encerrar a safra 2010/2011 com um estoque oficial de 1,8 milhão de toneladas de arroz (ante 1,6 milhão de toneladas na safra anterior). Somente o Rio Grande do Sul é responsável pela oferta de 8,8 milhões de toneladas na atual safra (frente 7,3 milhões de toneladas na safra 2009/2010).

Apesar da disposição do governo em apoiar a rizicultura, o secretário de Política Agrícola advertiu que a indústria tem de cumprir a sua parte, pagando preços justos aos produtores. Segundo ele, o governo não quer verificar uma situação de “comodidade”, na qual a indústria fica esperando os produtores para negociar e, com essa postura, derruba os valores de negociação.

Essa é uma relação perversa na formação de preços“, afirmou Vaz. Segundo ele, o governo trabalha com a expectativa de que em 60 dias, no máximo, os preços pagos ao produtor de arroz estejam equilibrados. “Senão, podemos usar o saco de maldades“, disse Vaz, sem revelar quais instrumentos podem vir a ser aplicados.