Fonte: Midia News
26/04/2014 – Com o comércio internacional aquecido e uma boa demanda para a exportação do arroz gaúcho, os operadores de mercado e as tradings estão fazendo verdadeiros milagres para embarcar cargas no Porto de Rio Grande (RS), segundo o presidente da Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz), Henrique Osório Dornelles. Ocorre que a soja, negociada em maiores volumes tem a preferência de uso dos terminais e o segmento arrozeiro sofre com a falta de espaço e oportunidade de embarque nos terminais privados. “Dois fatores estão sendo fundamentais para que as exportações se mantenham: os fortes laços e até mesmo a origem de boa parte destes operadores com a produção arrozeira e a criatividade para encontrar formas de embarque não tradicionais”, revela Dornelles.

Mesmo diante deste nó logístico, o presidente da Federarroz destaca que há fatores positivos, como a postura da cooperativa CCGL, que assumiu o compromisso de manter espaço para a exportação de pelo menos 50 mil toneladas de arroz por mês. “Isso vem sendo mantido e deve ser reconhecido”, enaltece. Por outro lado, o dirigente arrozeiro frisa que o setor está preocupado com a informação de que o BNDES, com aval do governo federal, está prestes a financiar a construção de um porto no Uruguai, a 250 quilômetros de Rio Grande.

“O setor produtivo sente-se desprestigiado, uma vez que enfrenta sérias dificuldades para exportar, com altos custos de ‘demurrage’, diversos investimentos programados e demandados para o Porto de Rio Grande, como aumento do calado, a reforma e ampliação do cais, vêm sendo postergados e mesmo projetos da iniciativa privada, que poderiam otimizar os embarques e abrir outros mercados com produto ensacado, não recebem a necessária atenção do governo federal”, opina. Henrique Osório Dornelles lembra ainda que a balança comercial brasileira vem sendo mantida superavitária pelo setor produtivo com duros custos de logística, e isso precisa ser reconhecido pelo governo. “Quem está pagando a conta dos problemas de estrutura é o setor primário. Isto é renda do campo custeando as exportações. Precisamos de investimentos prioritariamente em nossos portos”, argumenta.

Março

Satisfeita com o saldo positivo nas exportações de arroz do ano safra 2013/14 (março/13 a fevereiro/14) de 235,5 mil toneladas, a Federarroz comemora também o resultado das exportações de março, último. Os embarques totalizaram 135.056 t e as importações 56.257 t, resultado que superou as expectativas. Mesmo com importante participação de arroz quebrado, o total e os 29 países de destino demonstram que a cadeia produtiva vem superando os obstáculos para participar do mercado internacional. “Atuação que qualifica as empresas exportadoras que atuam no RS na busca de solução logística própria, junto ao porto de Rio Grande”, afirma o vice-presidente da Federarroz, Daire Coutinho.

É unanimidade no setor arrozeiro, produtores, indústrias e conselheiros do IRGA, a importância da qualificação do terminal portuário da CESA para embarque exclusivo de arroz, tanto em casca como beneficiado. Segundo Coutinho, o momento ratifica a tendência da valorização da presente safra. A entidade, porém, alerta que a manutenção de preços remuneradores somente será consolidada por uma comercialização consciente dos produtores, com oferta regular, gradual e uma atitude comercial madura.

Exportações de arroz casca:

Período – Volume
jan/março 2012 – 23.065 t
jan/março 2013 – 32.254 t
jan/março 2014 – 52.827 t

Fonte: Federarroz

Relação de países que importaram arroz gaúcho em março/2014:

Angola, Antigua e Barbuda, Antilhas Holandesas, Arábia Saudita, Argélia, Bahamas, Barbados, Belgica, Bolivia, Cabo Verde, Chile, Cuba, Benin, Estados Unidos, França, Gâmbia, Guiné Equatorial, Namíbia, Países Baixos (Holanda), Panamá, Paraguai, Peru, Porto Rico, Reino Unido, Senegal, Serra Leoa, Africa do Sul, Trinidad e Tobago e Uruguai.

Fonte: http://www.midianews.com.br/conteudo.php?sid=4&cid=196077