Fonte: Economia SC
14/01/2014 – O preço do arroz aumentou em oito capitais, com destaque para Florianópolis, que teve o valor aumentado em 4,27% e Vitória, em 3,03% no período entre novembro e dezembro, início de período de entressafra do grão, de acordo com o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos). Houve estabilidade em São Paulo, Fortaleza e Curitiba e diminuição em sete cidades, sendo a maior retração registrada em Salvador (-3,12%).

Porém, o preço do grão apresentou tendência de queda em 2013 em quinze cidades, com destaque para Aracaju (-23,06%), Salvador(-19,15%) e Campo Grande (-13,82%). Manaus foi a capital com maior aumento acumulado do bem, 10,07%. Nos primeiros meses de 2013, os rizicultores aguardavam o início da colheita com perspectivas de maior produtividade, apesar da redução da área plantada.

A maior oferta pressionou para baixo os preços ao longo do ano. A comercialização do arroz esteve, na maioria dos meses de 2013, limitada, uma vez que os produtores apresentaram pouco interesse de venda, aguardando melhores cotações para seu produto.

De maneira geral, no comportamento dos preços, segundo o Dieese, houve aumento em 2013. Leite, farinha de trigo, banana, pão francês e batata tiveram aumento em todas as regiões em que são pesquisados. Já o óleo de soja foi o único produto da cesta que teve seus preços reduzidos em todas as cidades.

O preço do leite in natura aumentou em todas as localidades em 2013, com variações acumuladas entre 6,18% (Manaus) e 28,24% (Belém). Com exceção da capital do Amazonas, em todas as localidades as taxas foram superiores a 13%.

Ao longo do ano, a elevação de preços no varejo foi influenciada pela queda de oferta de leite e maior demanda das empresas de laticínios. Em dezembro de 2013, a maior parte das cidades teve redução nos preços. Os aumentos foram registrados em Florianópolis (6,96%), Natal (3,82%), Aracaju (3,09%) e Brasília (2,02%). Em Fortaleza houve estabilidade.

O preço da farinha de trigo, pesquisada nas regiões Centro-Sul, aumentou em 2013, com variações que chegaram a 67,06% em Florianópolis, 55,56% em Campo Grande, 46,24% em Goiânia, 37,96% em Porto Alegre, 33,47% em Curitiba, 31,25% em Brasília e 30,72% em São Paulo. A dificuldade de importação do trigo da Argentina e a perda de parte da produção no Rio Grande do Sul devido às chuvas elevaram o preço do bem. Em dezembro, Florianópolis (20,68%), Campo Grande (6,87%), Goiânia (3,03%) e Belo Horizonte (1,66%) ainda tiveram alta de preço. Nas demais cidades o valor diminuiu, com destaque para Brasília (-5,57%).

O preço do pão francês subiu, em 2013, em todas as regiões pesquisadas, o que é
explicado pela alta do seu principal insumo, a farinha de trigo. As variações oscilaram entre 2,13% em Aracaju e 24,17% em Campo Grande. Na comparação dos preços entre dezembro e novembro de 2013, o comportamento foi diferenciado: houve estabilidade em Brasília e aumento em Campo Grande (6,08%), Florianópolis (5,48%), Goiânia (3,58%), João Pessoa (1,73%), Salvador (1,20%), Vitória (0,60%), Belo Horizonte (0,35%), São Paulo (0,32%), Belém (0,25%) e Porto Alegre (0,14%). Nas demais cidades, ocorreu diminuição.

Em 2013, o preço da batata subiu nas dez localidades do Centro-Sul onde é pesquisada. As taxas variaram entre 4,41% no Rio de Janeiro e 45,60% em Porto Alegre. Além de haver diminuição da área plantada em 2013, problemas climáticos, sejam fortes chuvas ou estiagem, nas regiões produtoras de batata, resultaram em menor produtividade no ano, o que reduziu a oferta da mercadoria e elevou o preço médio do bem. Em dezembro de 2013, foram registrados aumentos em relação a novembro: em Goiânia, a variação foi de 34,59%, em Brasília, 14,36% e Curitiba, 7,66%. Apenas em Florianópolis verificou-se diminuição (-0,44%).

A banana apresentou altas acumuladas em todas as cidades em 2013, com taxas que variaram de 73,89% em Natal a 4,46% em Brasília. Fatores climáticos afetaram a produção da fruta e determinaram a alta no preço. Em dezembro de 2013, registrou-se elevação do preço do bem em 10 cidades em comparação com o mês anterior, com destaque para a taxa de Goiânia (11,16%). Houve estabilidade em João Pessoa e diminuição em sete localidades. Em Aracaju a redução foi de 17,44%.

A farinha de mandioca pesquisada no Norte e Nordeste também acumulou aumentos expressivos. Em Salvador, a variação registrada foi de 115,58%, em Manaus de 57,41%, e em Recife de 47,00%. O preço da farinha está alto devido à seca prolongada no Nordeste, que vem causando restrição da oferta do insumo básico da farinha. Em dezembro, o preço da farinha diminuiu em quase todas as cidades em que foi pesquisada: Belém (-6,41%), Natal (-4,91%), Aracaju (-4,90%). João Pessoa (-3,92%), Fortaleza (-1,24%). Apenas Salvador (0,17%), Manaus (1,06%) e Recife (1,99%) apresentaram aumentos.

A carne bovina, produto com grande peso na composição da cesta básica, teve aumento em quase todas as localidades em 2013, exceto Brasília (-0,49%). As maiores altas foram registradas em Salvador (14,71%), Curitiba (12,55%), Campo Grande (11,11%) e Rio de Janeiro (10,37%). A menor variação positiva aconteceu em Belém (2,44%). A carne passou por período de entressafra a partir de meados do ano, o que restringiu a oferta de animais para abate. Soma-se a isso o aumento do valor do custo de reposição das matrizes e dos demais insumos de produção em 2013. Em dezembro último, algumas cidades já apresentaram diminuição no preço da carne bovina em relação ao mês anterior: Vitória (-2,34%), Manaus (-1,92%), Brasília (-1,28%) e João Pessoa (-0,91%). Porém, ocorreram aumentos na maior parte das cidades, que variaram entre 0,26% em Campo Grande e 10,99% em Florianópolis.

O preço do feijão apresentou comportamento diferenciado entre as cidades pesquisadas. Oito capitais tiveram altas que variaram entre 3,85% (Manaus) e 38,80% (Florianópolis) e as outras dez cidades tiveram diminuição entre -20,10% (São Paulo) e -1,46% (Campo Grande). No início do ano, houve elevação do preço do feijão devido à redução da área plantada e aos baixos estoques do bem. O governo passou a importar feijão, que junto com a terceira safra, também conhecida como feijão irrigado ou safra de inverno, no final do ano, trouxe diminuição dos preços.

As perspectivas são de redução da área plantada, o que deve pressionar o preço do grão para cima. Entre novembro e dezembro de 2013, doze cidades tiveram redução do valor do feijão, com destaque para Natal e São Paulo (ambas com variação de -9,86%).

Fonte: http://www.economiasc.com.br/index.php?cmd=consumidor&id=17314