Fonte: G1
26/09/2012
– Os arrozeiros do Rio Grande do Sul comemoram as chuvas do mês de setembro. O plantio, que estava ameaçado pela seca prolongada, agora está garantido. Muitos produtores de grão, no entanto, vão trocar a cultura pela soja na próxima safra, como mostra a reportagem do Jornal do Almoço.

A chuva veio em boa hora para o produtor Domingos Balconi. Os cerca de 220 milímetros que caíram em Santa Maria, na Região Central, garantiram o plantio dos 48 hectares de arroz na propriedade dele. O trabalho começa em outubro. “Vai dar para plantar toda a área porque a água está segura”, diz o agricultor.

No começo do mês, o açude de uma propriedade rural de Santa Maria estava com 20% da capacidade. Depois da boa quantidade de chuvas deste mês, o percentual subiu para 80%. E ainda falta canalizar uma grande quantidade de água acumulada para o açude com o auxílio de uma bomba.

Segundo a Federação das Associações de Arrozeiros do Estado do Rio Grande do Sul (Federarroz), antes da chuva faltava água para quase 1/3 da área total do estado. Um novo levantamento será feito em outubro, mas o cultivo do grão ainda deve sofrer redução.

Tem áreas que os agricultores já tomaram a decisão de não plantar arroz, por dois motivos. Um deles é a estiagem que nós tínhamos até este momento e a outra é pela questão da alta valorização da soja”, explica o engenheiro agrônomo Cesar Medeiros, da Emater.

Um dos muitos produtores que trocaram o arroz pela soja em função da estiagem é Paulo Lederis, de São Gabriel. A chuva dos últimos dias, no entanto, fez ele voltar atrás e decidir plantar um pouco de arroz, mas em menor quantidade.

“Na nossa propriedade, eram 600 hectares de plantação, divididos entre 300 de arroz e 300 de soja. Eu ia plantar só soja, mas com essa chuva eu ia já vou plantar 100 hectares de arroz”, conta.

Na última safra, a saca de arroz foi vendida a R$ 23. Hoje, o preço está bem mais alto, em R$ 36, mas poucos produtores se beneficiaram da alta porque não têm o produto estocado. A saca de soja, por sua vez, está valendo mais do que o triplo do arroz: R$ 75.