Fonte: Jornal Correio
22/11/2012
– Está cada vez mais caro manter no prato a mistura preferida do brasileiro. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou um aumento de 9,88% no preço do arroz em outubro acima dos 8,21% registrados em setembro. No ano, a alta do arroz chega aos 35%. E as notícias para o consumidor, infelizmente, não são as melhores. Graças a redução da área plantada com o cereal neste ano, a variação climática, a seca no Rio Grande do Sul, que ocasionou uma colheita menor que a prevista, o desempenho da exportação por causa do preço no mercado internacional e o final dos estoques em alguns estados brasileiros, o preço do produto no atacado vai subir ainda mais. A expectativa é de que a alta anual ultrapasse os 35%.

Em Lafaiete, o aumento há tempo está impactando direto no bolso do consumidor. Se em setembro do ano passado pagava-se o preço médio de R$ 6,66 pelo pacote de 5kg de arroz tipo 1 (R$1,33kg), em setembro deste ano o preço médio tinha subido para R$ 8,63 – uma alta de 29,6%. E essa diferença já foi sentida. A cozinheira de Catas Altas da Noruega, Roseli das Dores Silva Coelho, 47 anos, pesquisa e sempre vem a Lafaiete em busca de preços melhores. Com um consumo domiciliar médio de 1kg de arroz por dia, ela conta que costuma pesquisar, que a alta dos preços já tem forçado uma mudança mais drástica no seu hábito de consumo: “O arroz está muito caro. Mesmo assim, não temos alternativa: tenho que fazer arroz todo dia. Eu costumo fazer uma pesquisa, mas como eu gasto seis pacotes de 5kg por mês, hoje eu estou levando o mais barato mesmo”, revelou.

Moradora do bairro São João (zona sul), a balconista Aimable de Souza, 37 anos, também teve de abrir mão de sua marca preferida para manter o consumo mensal de 30kg de arroz em sua casa: “O preço está um absurdo. O arroz que antes eu comprava por R$ 7, agora, dependendo do lugar, custa R$ 11 ou R$ 12. E eu acho que a coisa piorou nos últimos dois meses. Para economizar,  estou pesquisando muito. O arroz que eu gosto não estou levando; estou comprando um que seja mais barato e que tenha qualidade também. Comparando custo e benefício. Afinal, a família é grande e comprando em maiores quantidades essa diferença pesa”, lembrou.

A receita das donas de casa é também a preferida de qualquer economista: comparar bem os preços antes de colocar no carrinho. Para facilitar a vida do consumidor, o Jornal CORREIO visitou os quatro maiores supermercados da cidade na terça-feira, dia 6, e observou que a diferença é grande entre o pacote do arroz mais caro com o mais barato de marcas diversas até mesmo dentro de um único supermercado. A diferença entre o preço do arroz agulhinha Carrijo (R$8,99) e o Prato Fino (R$14,99) no Sales chega a R$ 6,00 – uma variação de 66,74%. Em supermercados diferentes, a mesma marca é encontrada com preços bem diversos: o da marca Prato Fino mais barato foi encontrado no Azevedo Super Varejista por R$ 12,78. Se comprada no Epa, a mesma marca sai por R$ 14,99 – ou R$ 14,99 no Sales. A variação, neste caso, é de R$ 2,21, ou 17,3%. Confira a tabela com todos os valores.