Fonte: Aqui Acontece

31/12/2015 – As primeiras colheitas nos lotes irrigados do Projeto Betume, em Neópolis, demonstram que a produtividade de arroz em Sergipe, predominante no Baixo São Francisco, atingirá novo recorde neste ano. Segundo dados da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e Parnaíba (Codevasf), a produtividade média por hectare, neste ano no Betume, principal produtor do cereal, mais uma vez bateu o recorde nacional e atingiu 10,5 toneladas, com valor bruto de R$ 20 milhões. A expectativa é que a produtividade recorde seja confirmada até o final da safra, em janeiro.

 

Já a Pesquisa Agropecuária do IBGE, aponta que a produção de 2014 alcançou 41.714 toneladas, umcrescimento de 35% em relação a safra de 2013. A estimativa para 2015 é de que a safra atinja 44.780 toneladas, novo crescimento de 7,4%.

 

O crescimento da safra e produtividade vem ocorrendo, gradativamente. Na safra 2011/2012 foi de 8,5 toneladas por hectare. Em 2012/2013, o resultado foi uma produtividade de 9,7 toneladas por hectare. O cultivo é feito por pequenos produtores incluídos na agricultura familiar em uma região tida como de extrema pobreza.

 

Além do estado, a produção sergipana ajuda a abastecer os mercados consumidores de Alagoas, Pernambuco e Bahia. O cultivo é responsável pela geração de aproximadamente 4 mil empregos na região, além das 750 famílias que atuam no próprio perímetro do Betume, conforme informações da Codevasf.

 

Para o economista e assessor especial do governo, Ricardo Lacerda, o mais significativo é que Sergipe manteve em 2014 a liderança na produtividade agrícola do arroz na região Nordeste, com 7,2 toneladas por hectare, quando a média do Brasil é de 5,2 toneladas por hectare. Mesmo com condições climáticas semelhantes às de Sergipe, a produtividade do arroz em Alagoas, 6,11 toneladas por hectare.

“A rizicultura de Sergipe se concentra na região do Baixo São Francisco, uma das mais pobres do estado. A expansão da produção traz benefícios para a renda da região, elevando o poder de compra dos agricultores e estimulando o comércio local”, afirmou.

“Esse bom resultado é fruto da política de distribuição de sementes do governo. Em setembro deste ano, realizamos a entrega de 400 toneladas de sementes de arroz para os rizicultores do Baixo São Francisco. As sementes foram adquiridas pela Emdagro, via Fundo de Combate à Pobreza, em um investimento total de R$ 658.183,50. Desde o início do ano, o Estado tem feito todo o acompanhamento destes produtores, não só os dos perímetros irrigados, mas os das áreas de várzeas. Há todo um processo de diálogo com as famílias envolvidas na produção, uma relação muito próxima do Governo do Estado com os produtores, que vai além do trabalho institucional. É uma parceria, com acompanhamento formal e informal, além da assistência técnica”, afirma o secretário de Estado da Agricultura, Esmeraldo Leal.

 

De acordo com o secretário, o recorde na produtividade se deve principalmente por esse cuidado e acompanhamento do governo junto aos pequenos produtores, seja por meio da Seagri, Codevasf ou Emdagro, assim como pela qualidade da semente distribuída.

 

“Essas sementes são selecionadas e foram escolhidas pelos próprios produtores, em reuniões no início do ano, a partir das experiências das safras anteriores. Outro detalhe importante é que as sementes chegaram no período ideal para o plantio. As sementes foram distribuídas nos perímetros da Codevasf e em comunidades de agricultores familiares dos municípios produtores. O governo também apoiou a produção a partir da compra de uma colheitadeira de arroz para o Território, no valor de R$ 380.000,00, através do Programa de Apoio à Infraestrutura nos Territórios Rurais (Proinf) do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA)”.

 

Esmeraldo informa ainda que nas áreas que ainda serão colhidas as características das plantas demonstram esse bom desempenho. “É bom observarmos que há diferença entre a produção e produtividade, a produtividade corresponde à quantidade de grãos que é produzida por área, a qual a cada ano Sergipe tem um melhor desempenho. Essa é uma grande conquista para o estado, porque demonstra a qualidade do nosso arroz, principalmente quando comparamos a estados como o Rio Grande do sul, maior produtor do Brasil, que tem uma tecnologia muito avançada na produção”.