Fonte: SATC

06/06/2015 – O arroz orgânico já está sendo cultivado em Meleiro por pessoas que enxergam no plantio orgânico uma maneira eficiente de produzir sem agredir o meio ambiente e a saúde do consumidor.

 

Grande parte das plantações de arroz existentes em Meleiro ainda são feitas na forma convencional, com o uso de agrotóxicos. De acordo com a engenheira agrônoma da Epagri no município, Vera Regina Camargo, na safra de 2014, foram colhidos aproximadamente 62 mil toneladas do grão na forma convencional em todo município.

 

Para a agrônoma, a missão de fazer com que o agricultor compreenda os benefícios do plantio orgânico não é tão simples. “O agricultor teria que mudar um pouco sua filosofia de trabalho. A Epagri pode fazer trabalhos de conscientização, mas a decisão é do agricultor”, explicou Vera.

 

Agricultor resolveu dar o primeiro passo

Mas, mesmo com algumas incertezas, um produtor está se aventurando no plantio orgânico do arroz. E o resultado tem sido positivo. Édio Bonfante, contrariando as opiniões negativas de seus amigos e vizinhos, resolveu, há quatro anos, partir para o cultivo 100% orgânico.

 

Em sua pequena propriedade, de dez hectares, é feito o cultivo do arroz sem utilizar nenhum tipo de agrotóxicos, nem mesmo adubos químicos.

 

“Eu não me arrependo. Dá mais mão de obra, mas o importante é que eu sei que estarei produzindo um produto que não irá causar nenhum tipo de malefício à minha saúde e das pessoas que o consumirem”, explicou Bonfante.

 

A saída encontrada para não ser prejudicado pelas pragas que atacam a plantação, segundo ele, foi plantar uma quantidade superior à que normalmente é utilizado em uma lavoura convencional. “Eu sou obrigado a plantar para mim e também para a praga”, contou Édio.

 

O agricultor explica ainda que é necessário ter uma mudança de mentalidade antes de iniciar o plantio orgânico. “Este tipo de plantio não é fácil, não é para qualquer um. O agricultor tem que estar decidido em apostar, porque dá muito trabalho produzir sem utilizar agrotóxicos”, concluiu Bonfante.